Um legado que venceu as tempestades do tempo
Leonor nos faz refletir sobre o poder da ligação familiar no autodesenvolvimento.
— Saí do funeral da mamãe com a sensação de vazio. Não pelo fato de ter me separado dela, mas por ter nítido o sentimento de não pertencimento. Faço questão de deixar bem esclarecido que não me refiro à essência de Deus, neste quesito tenho minhas convicções bem definidas. Estou falando da vida corpórea e todo o comprometimento atrelado onde nascemos. No meu entendimento, o vazio vem de lá, de algum lugar ou de todos os lugares do passado, não sei. O que sei é que esta é a causa da minha busca. Parei de perseguir minha sombra, decidi me jogar firmemente dentro dela, no seio familiar. Pelo menos, é nisso que vou me concentrar, pensou Leonor.
Não será uma tarefa fácil, descobrir e aceitar a história da família para acolhê-la com a ideia de que tudo é possível, quando reconhecemos o arquétipo da mãe que nos gerou, mas que também gerou sua própria história, que faz parte da nossa essência.
Para descobrir, minha incansável busca inclui morar no sobrado da vovó. Terei coragem?